quarta-feira, 8 de abril de 2015

Eu li O Pesadelo, de Lars Kepler.


Esse é o meu mais recente “achado” nas prateleiras de promoção da livraria Leitura. O precinho atraente era R$ 10,00 e eu comprei, primeiro porque romance de investigação policial (adoro!), segundo porque achei superinteressante que seja um casal que escreve (sim, Lars Kepler é um pseudônimo usado pelo casal Ahndoril) e terceiro, mas não menos importante, porque a história se passa em Estocolmo, na Suécia (estou numa fase Sueca da minha vida).


Livro O Pesadelo, de Lars Kepler. Pela editora Intrínseca.
Imagem por Skoob.

Aqui eu analiso os prós e os contras sob a minha ótica, mas na verdade cada um tem a sua medida.


Os lado bom da obra.

Os primeiros três capítulos eu li com um pingo de desinteresse, meio descompromissada. A verdade é que depois de ler dois livros do Asimov de uma vez, eu estava tentando me desapegar do estilo literário dele e compreender o estilo usado no livro O Pesadelo. Isso porque, a linguagem é muito diferente, O Pesadelo é um livro atual, dinâmico, mas eu levei três capítulos para me acostumar. A partir do quarto eu devorei as palavras! São muitas histórias paralelas, mas todas contribuem com o desfecho.

Agora, para tudo! Sabe aquele clima de suspense, depois aquela perseguição de dar nos nervos e de repente um combate corpo-a-corpo, tão perfeitamente descrito, que você consegue ver os movimentos e sentir a aflição, como se a cena passasse numa tela de televisão na sua frente? É isso! Há muito, muito tempo eu não via um autor (nesse caso o casal de autores) escrever com tanta maestria sobre uma perseguição. A última vez que eu li algo assim, foi em alguma obra do Sidney Sheldon (li tantas dele, que agora não lembro o nome).

O desfecho é um pouco previsível, porque nós sabemos que o detetive vai conseguir, mas mesmo assim, não deixa de ser bom, porque os detalhes e o desenrolar do capítulo final é cheio de pequenas surpresas e, chegam as explicações que ficaram pendentes ao longo da trama. É como assistir um filme do James Bond (não o detetive de O Pesadelo não é um James Bond) em que você sabe que ele vai dirigir um carrão, que você sabe que ele vai dormir com a mocinha e sabe que no final ele vai matar/prender o vilão mesmo que alguns personagens secundários morram no processo, mas você assiste e se diverte do mesmo jeito.


O outro lado da moeda.

Claro que nem tudo são flores. Pois bem, a única coisa que me incomodou muito na obra dos Ahndoril foram os capítulos de sexo gratuito. Entenda, eu não me importo com pouco de sexo para CONSTRUIR A HISTÓRIA do livro ou de um personagem, mas o que me irrita é eles colocarem cenas desnecessárias, que não vai acrescentar nada, nadica mesmo. Por exemplo: o que me importa se a Saga (outra investigadora, que insistentemente é comparada com uma elfa) fez ou não fez sexo com o namorado dela? O que me interessa saber se ela teve que parar o oba-oba bem no meio para terminar a investigação? Desnecessário, totalmente desnecessário. E pior ainda é a linguagem que eles usam para descrever o ato que por motivos óbvios eu não citarei aqui, mas vocês podem imaginar as palavras obscenas usadas. Isso quebra totalmente o clima do livro.


Em defesa do livro.

Eu li uma resenha no Skoob dizendo que o livro é ruim, que é isso e que é aquilo, dizendo que os vilões dão “tantas voltas” na polícia, que isso não existe.

Claro que cada um tem sua opinião e que a liberdade de expressão está ai para ser respeitada, mas vamos analisar?

Primeiro, é ficção, e, portanto, se os autores quiserem dar a volta ao mundo com os vilões, eles podem e os incomodados que parem de ler!

Segundo, os “vilões” da vida real dão, sim, muitas “voltas” na polícia, principalmente aqui no Brasil e, principalmente se forem hiper/mega ricos e influentes (como é o caso na história) e mais principalmente ainda (isso existe?) quando não há provas concretas e materiais, nem testemunhas oculares de seus crimes. Ou estou dizendo besteira? Com tantas denúncias de desvio de dinheiro (bilhões! Bi!), informação privilegiada, superfaturamento de obras feitas com dinheiro público (não era novidade, mas 1800% já é cara-de-pau, né?) e eles estão livres, leves e soltos, e os que estão “presos provisóriamente”, pode ter certeza que é provisório mesmo.

Sobre tráfico ou venda ilegal de armas e munição para países em guerra, isso acontece sim, ora bolas. Como você acha que esses grupos extremistas estão tão bem armados? Posso garantir que eles não fabricam fuzis nos acampamentos.

Com tudo isso acontecendo bem debaixo do nosso nariz e ainda vem a moça lá no Skoob dizer que impossível isso acontecer na história? É possível moça, bem mais possível do você imagina.


Resumindo!

A trama é boa, algumas supresas e reviravoltas, muito suspense e perseguição. Os personagens tem certa personalidade que dá vida à história, que traz uma crítica sobre a sociedade, governo e conflitos étnicos se você refletir.

Eu compraria outro livro do casal Ahndoril? Sim, SE, e SOMENTE SE, estivesse em promoção, do contrário, não, obrigada. Eu prefiro comprar um exemplar da Agatha Christie, Sidney Sheldon, Isaac Asimov, Markus Suzak, Arthur Hiley, enfim, há uma variedade de excelentes autores que não presisam usar palavras obscenas para sustentar uma história.

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