Esse
é o meu mais recente “achado” nas prateleiras de promoção da livraria Leitura. O
precinho atraente era R$ 10,00 e eu comprei, primeiro porque romance de investigação
policial (adoro!), segundo porque achei superinteressante que seja um casal que
escreve (sim, Lars Kepler é um pseudônimo usado pelo casal Ahndoril) e
terceiro, mas não menos importante, porque a história se passa em Estocolmo, na
Suécia (estou numa fase Sueca da minha vida).
Livro O Pesadelo, de Lars Kepler. Pela editora Intrínseca. Imagem por Skoob. |
Aqui
eu analiso os prós e os contras sob a minha ótica, mas na verdade cada um tem a
sua medida.
Os
lado bom da obra.
Os
primeiros três capítulos eu li com um pingo de desinteresse, meio
descompromissada. A verdade é que depois de ler dois livros do Asimov de uma
vez, eu estava tentando me desapegar do estilo literário dele e compreender o
estilo usado no livro O Pesadelo. Isso porque, a linguagem é muito diferente, O
Pesadelo é um livro atual, dinâmico, mas eu levei três capítulos para me
acostumar. A partir do quarto eu devorei as palavras! São muitas histórias paralelas,
mas todas contribuem com o desfecho.
Agora,
para tudo! Sabe aquele clima de suspense, depois aquela perseguição de dar nos
nervos e de repente um combate corpo-a-corpo, tão perfeitamente descrito, que
você consegue ver os movimentos e sentir a aflição, como se a cena passasse
numa tela de televisão na sua frente? É isso! Há muito, muito tempo eu não via
um autor (nesse caso o casal de autores) escrever com tanta maestria sobre uma perseguição.
A última vez que eu li algo assim, foi em alguma obra do Sidney Sheldon (li
tantas dele, que agora não lembro o nome).
O
desfecho é um pouco previsível, porque nós sabemos que o detetive vai
conseguir, mas mesmo assim, não deixa de ser bom, porque os detalhes e o
desenrolar do capítulo final é cheio de pequenas surpresas e, chegam as
explicações que ficaram pendentes ao longo da trama. É como assistir um filme
do James Bond (não o detetive de O Pesadelo não é um James Bond) em que você
sabe que ele vai dirigir um carrão, que você sabe que ele vai dormir com a
mocinha e sabe que no final ele vai matar/prender o vilão mesmo que alguns
personagens secundários morram no processo, mas você assiste e se diverte do
mesmo jeito.
O
outro lado da moeda.
Claro
que nem tudo são flores. Pois bem, a única coisa que me incomodou muito na obra
dos Ahndoril foram os capítulos de sexo gratuito. Entenda, eu não me importo
com pouco de sexo para CONSTRUIR A HISTÓRIA do livro ou de um personagem, mas o
que me irrita é eles colocarem cenas desnecessárias, que não vai acrescentar
nada, nadica mesmo. Por exemplo: o que me importa se a Saga (outra
investigadora, que insistentemente é comparada com uma elfa) fez ou não fez
sexo com o namorado dela? O que me interessa saber se ela teve que parar o
oba-oba bem no meio para terminar a investigação? Desnecessário, totalmente
desnecessário. E pior ainda é a linguagem que eles usam para descrever o ato que
por motivos óbvios eu não citarei aqui, mas vocês podem imaginar as palavras obscenas
usadas. Isso quebra totalmente o clima do livro.
Em
defesa do livro.
Eu
li uma resenha no Skoob dizendo que o livro é ruim, que é isso e que é aquilo,
dizendo que os vilões dão “tantas voltas” na polícia, que isso não existe.
Claro
que cada um tem sua opinião e que a liberdade de expressão está ai para ser
respeitada, mas vamos analisar?
Primeiro, é ficção, e, portanto, se os autores
quiserem dar a volta ao mundo com os vilões, eles podem e os incomodados que
parem de ler!
Segundo, os “vilões” da vida real dão, sim, muitas “voltas” na
polícia, principalmente aqui no Brasil e, principalmente se forem hiper/mega
ricos e influentes (como é o caso na história) e mais principalmente ainda (isso
existe?) quando não há provas concretas e materiais, nem testemunhas oculares
de seus crimes. Ou estou dizendo besteira? Com tantas denúncias de desvio de
dinheiro (bilhões! Bi!), informação privilegiada, superfaturamento de obras
feitas com dinheiro público (não era novidade, mas 1800% já é cara-de-pau, né?)
e eles estão livres, leves e soltos, e os que estão “presos provisóriamente”,
pode ter certeza que é provisório mesmo.
Sobre tráfico ou venda ilegal de armas
e munição para países em guerra, isso acontece sim, ora bolas. Como você acha
que esses grupos extremistas estão tão bem armados? Posso garantir que eles não
fabricam fuzis nos acampamentos.
Com tudo isso acontecendo bem debaixo do nosso
nariz e ainda vem a moça lá no Skoob dizer que impossível isso acontecer na
história? É possível moça, bem mais possível do você imagina.
Resumindo!
A
trama é boa, algumas supresas e reviravoltas, muito suspense e perseguição. Os
personagens tem certa personalidade que dá vida à história, que traz uma crítica
sobre a sociedade, governo e conflitos étnicos se você refletir.
Eu
compraria outro livro do casal Ahndoril? Sim, SE, e SOMENTE SE, estivesse em
promoção, do contrário, não, obrigada. Eu prefiro comprar um exemplar da Agatha
Christie, Sidney Sheldon, Isaac Asimov, Markus Suzak, Arthur Hiley, enfim, há
uma variedade de excelentes autores que não presisam usar palavras obscenas
para sustentar uma história.
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